14.4.10

Feira de Economia Solidária

Nos dias 24 e 25 de abril acontece a Feira Ecosolidária, no Santuário Nossa Senhora de Caravaggio, Farroupilha, promovida pela Diocese de Caxias do Sul, através da Escola Fé, Política e Trabalho e da Cáritas.

 

A Economia Solidária é um jeito de fazer a atividade econômica baseado na democracia e na cooperação. Não existe patrão nem empregados, pois todos os integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.

 

O objetivo da feira é visualizar experiências de grupos rurais e urbanos de mais de 18 municípios, que vivem a economia solidária. A feira pretende também a comercialização de produtos dos grupos, mas mais do que isto, provocar uma reflexão, intercâmbio, troca e entre-ajuda.

 

No local haverá espaço para 30 empreendimentos de economia solidária. Esperamos contar com a visita e participação das comunidades que fazem parte das 71 paróquias da diocese de Caxias do Sul, de pastorais, escolas e público em geral. Estima-se um público inicial de cinco mil pessoas. O convite para participação e visita é aberto.

 

Programação da Feira:

A abertura será às 9 horas, do sábado, dia 24 de abril, contando com a presença do Sr. Jorge Luiz Da Silva Nascimento, Coordenador-Geral de Fomento da Economia Solidária, representante da Secretaria Nacional de Economia Solidaria (SENAES), que estimula as políticas publicas de economia solidária no país. Também haverá o convite para os responsáveis da economia solidária de alguns municípios, assessores, representantes de Empreendimentos de Economia Solidária convidados e autoridades em geral.

 

Durante o dia haverá uma programação especial, com conferências, debates e oficinas com assessores convidados; relatos de experiências: de organização, articulação, comercialização, micro-créditos e legislação na área da economia solidária, assim como a participação cultural de artistas e músicos locais.

 

No sábado de tarde teremos a publicação do livro: "Educação e economia popular solidária", de Telmo Adams.

 

Também serão programas algumas oficinas para trabalhar o tema da economia solidária com adolescentes e jovens, através do Gibi Léo e Tina, elaborado por uma educadora popular que fez a Escola em 2009, que será lançado neste dia.

 

A feira continua no dia 25 e encerra às 17hs do domingo, com a missa do 6º. dia da Novena da 131ª Romaria de Caravaggio.

 

O convite para participação e visita é aberto. Contamos com a presença de todos! Venham conhecer esta realidade, adquirir algum produto e trocar experiências.

 

A programação completa do evento pode ser encontrada no blog: www.feiraecosolidaria.blogspot.com.

 

Maiores informações no fone 54-3211-5032 (Cáritas - Caxias do Sul)

 

Pe. Gilnei Fronza

Coordenador da Cáritas

 

            Alguns grupos que confirmaram presença:

 

1. ECOCITRUS de Montenegro

A Ecocitrus, Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí, foi formada em 1994, em Montenegro, no Vale do Caí, por 15 pequenos agricultores como uma alternativa à agricultura convencional, dependente do uso de agrotóxicos. Preocupados em manter suas famílias no campo, em diminuir os custos de produção e reduzir a poluição dos arroios e rios, os produtores passaram a plantar e colher frutas usando adubo orgânico, sem agredir a natureza.

A idéia deu tão certo que hoje, 15 anos depois, cerca de 150 famílias rurais estão envolvidas diretamente com a Ecocitrus, uma cooperativa de produtores de frutas cítricas orgânicas, totalmente livres de agrotóxicos, à base de insumos recolhidos de mais de 30 agroindústrias da região.

A cooperativa conta atualmente com 110 associados. Destes, 7 são produtores trabalhadores, 42 são sócios trabalhadores, 10 são empregados e 61 agricultores. A instituição tem uma área total de 600 hectares cultivados sendo destes 255 hectares de cítricos. Em 2009, a projeção é de que a cooperativa processe em torno de 2,5 mil toneladas de frutas.

Por meio da produção ecológica, a instituição, além de preservar o meio ambiente dos venenos e adubos químicos, exerce o papel de cidadania, ajudando a manter as famílias no campo.

O objetivo da Ecocitrus é resgatar a agricultura sustentável, socialmente justa, ecologicamente correta e economicamente viável na região. A cooperativa tem se organizado para que o agricultor assuma toda a cadeia produtiva, desde a produção de insumos, organização social, formação, geração de tecnologia e credibilidade (certificação participativa), industrialização e comercialização.

A linha de produtos ecológicos da Ecocitrus recebe a certificação da Rede de Agroecologia Ecovida, que conta com 23 núcleos regionais e abrange cerca de 170 municípios do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além disso, os produtos da Ecocitrus também têm o selo de qualidade do IBD (Instituto Biodinâmico) e a Certificação internacional de comércio justo (Fairtrade certification) fornecida pela Fairtrade Labelling Organizations International (FLO) – principal certificadora internacional de comércio justo.

Usina de compostagem

Em 1995, para recuperar suas áreas, a cooperativa criou uma base de beneficiamento de adubos orgânicos, chamada de Usina de Compostagem de Resíduos Agroindustriais. Em parceria com 35 empresas da região, os restos orgânicos são destinados para a Usina de Compostagem da Ecocitrus, na localidade de Passo da Serra, em Montenegro, que os transforma em adubo.

Assim, os associados plantam e colhem frutas sem o uso de agroquímicos, poupando o meio ambiente da ação de venenos e produtos que agridem a natureza. Ao todo, a cooperativa recicla 45 mil toneladas de resíduos industriais por ano e produz 15 mil toneladas de composto (sólido) e 15 mil toneladas de biofertilizante líquido por ano.

Planta de óleos essenciais

A Ecocitrus deverá começar a extrair óleos essenciais de citros. Para 2010, a expectativa é que a cooperativa também passe a produzir suco NFC (não concentrado). Com a nova planta processadora, instalada provisoriamente no município de Harmonia, a Ecocitrus quer manter o jovem no campo, agregar valor e renda e ainda viabilizar a citricultura familiar do Vale do Caí – região responsável por boa parte da produção de citros do Rio Grande do Sul.

Fonte: http://www.ecocitrus.com.br

Contato no  Fone (51) 3632.4824 Ernesto Carlos Kasper

 

2. Cooperativa AECIA de Agricultores Ecologistas Ltda, de Antônio Prado

Fundada em 1989, a Cooperativa AECIA surge a partir das discussões estimuladas pela Pastoral da Juventude Rural da Igreja Católica de Antônio Prado/RS e pelo Centro de Agricultura Ecológica de Ipê/RS, acerca dos problemas causados pela agricultura industrial e pela poluição ambiental causada por máquinas, insumos, o empobrecimento dos agricultores e o êxodo rural.

O trabalho da Cooperativa aecia e as suas conquistas têm servido de referência para inúmeros grupos de agricultores familiares e técnicos interessados na Agricultura Ecológica. Ao longo de sua existência, a AECIA recebeu dezenas de estagiários e centenas de visitas nas propriedades de membros do grupo, além de ser convidada para proferir palestras em diversos locais do Brasil e do exterior.

A cooperativa aecia é uma das fundadoras e membro ativo da Rede Ecovida de Agroecologia, articulação que envolve organizações de assessoria, de consumidores e de produtores dos três estados do sul do país e que tem como objetivo a promoção da Agricultura Ecológica. São certificados também pela ECOCERT.

Além da certificação, contamos com um sistema de rastreabilidade, que  permite identificar e acompanhar os produtos, através do controle de lotes, origem do produto, qual agricultor produziu e data de fabricação conforme consta no rótulo.

Todos os produtos são acondicionados em embalagens de vidro garantindo assim uma melhor conservação e qualidade, aonde o consumidor poderá ver o que está comprando.

A preocupação com o meio ambiente nos levou a desenvolver uma apresentação dos nossos produtos em embalagem de vidro e rótulos em papel reciclado, esses que são recicláveis e não poluentes.

Fonte: http://www.aecia.com.br/

Contato: 54- 3293-3112

 

3. As Associações de Recicladores que separam e comercializam o material (lixo) seletivo. São hoje, os principais cuidadores do meio ambiente. Em alguns lugares estes recicladores têm aula de alfabetização, com o método Paulo Freire, em parceria com a Pastoral da Criança e com reconhecimento do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Estão organizadas em associações, principalmente em Caxias do Sul e Bento Gonçalves.

Contato: Associação de Recicladores Interbairros de Caxias do Sul

Fone: 54-3224-4049 (Eva e Simone)

 

4. ACREDISOL - A Associação de Microcrédito Popular e Solidário, foi fundada em 08/12/2007 por alunos e ex-alunos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho, da Diocese de Caxias do Sul, inspirados na prática transformadora de Muhammad Yunnus (Prêmio Nobel da Paz 2006) na Índia.

Se destina a grupos ou pessoas físicas que queiram montar ou investir em no seu empreendimento e precisam de um pequeno crédito para levar adiante a proposta. A Acredisol ajuda com um pequeno crédito que depois será devolvido. Ex: Alguém fez o curso de manicuri, mas está desempregado e não tem como montar o seu espaço próprio.

Maiores informações no http://www.acredisol.blogspot.com/

Contatos:       Romeu Antônio Biazus: 54- 99826540 / 54-32322068 (Vacaria)

                        José Antonio Voltan Adamoli99810599 (Caxias do Sul)

                        Maria Fernanda M. Seibel – 30277794 / 99443113

 

5. Vários grupos de artesanato, hortas comunitárias, associações de apicultores, etc.

 

 

O que é economia solidária?

 

A Economia solidária é um jeito de fazer a atividade econômica baseado na democracia e na cooperação. Não existe patrão nem empregados, pois todos os integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.

 

A economia solidária possui as seguintes características:

 

- A cooperação como a existência de interesses e objetivos comuns, a união dos esforços e capacidades, a propriedade coletiva dos bens, a partilha dos resultados e a responsabilidade solidária sobre os possíveis ônus. Envolve diversos tipos de organização coletiva que podem agregar um conjunto grande de atividades individuais e familiares.

 

- A autogestão é a orientação para um conjunto de práticas democráticas participativas nas decisões estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, sobretudo, no que se refere à escolha de dirigentes e de coordenação das ações nos seus diversos graus e interesses, nas definições dos processos de trabalho, nas decisões sobre a aplicação e distribuição dos resultados e excedentes, além da propriedade coletiva da totalidade ou de parte dos bens e meios de produção do empreendimento.

 

- A solidariedade é expressa em diferentes dimensões, desde a congregação de esforços mútuos dos participantes para alcance de objetivos comuns; nos valores que expressam a juta distribuição dos resultados alcançados; nas oportunidades que elvam ao desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes; nas relações que se estabelecem com omeio ambiente, com a comunidade local, etc.

 

- A ação econômica é uma das bases de motivação da agregação de esforços e recursos pessoais e de outras organizações para produção, beneficiamento, crédito, comercialização e consumo.

 

 

A nossa proposta é que podemos ir construindo esse mundo bem no miudinho, no dia a dia onde estabelecemos relações com várias pessoas, desde a minha casa com minha família, passando pelo meu bairro e comunidade, trabalho, e escola e por aí vai.

 

Posso escolher fazer Economia (Cuidar da Casa), cuidando de mim e das pessoas com parte importante da minha existência, separando meu lixo, não sujando as ruas, procurando me informar sobre a origem dos produtos que me alimento e procurar fortalecer os pequenos agricultores, posso ir ao mercado e levar sacolas de pano como antigamente, evitando utilizar sacolas plásticas que poluem o meio ambiente, posso não mais usar copos descartáveis, posso fazer compras sozinho ou comprar em grupo com meus familiares e vizinhos, posso denunciar as injustiças, participar de movimentos pela paz, posso tentar adquirir proodutos da economia solidária, posso decidir participar dos fóruns estaduais, oficinas e seminários, participar das trocas solidárias e ainda contribuir para que as leis favoreçam e fortaleçam os empreendimentos da Economia Solidária.

 

Mas se não tomar cuidado, posso também repetir todos os vícios do sistema neoliberal, crente que estou inovando, fazendo bonito, mas no fundo estou repetindo tudo igualzinho que o sistema faz.

 

É um exercício para todos os dias, um aprendizado constante...

 

Acredito no testemunho coerente daqueles que são os discípulos de Jesus. Só Ele é modelo a ser seguido e vivido. Discurso na igreja é muito comum, mas conheço profecias do exemplo e do martirio silencioso de tantos homens e mulheres. O uso do dinheiro nem sempre é coerente na igreja. Precisamos nos converter e muito.

 

Só a prática é critério e referência e não o discurso.

 

"O que vai decidir qual minha concepção de ser humano não é minha teoria, meu raciocínio filosófico, mas minha prática, isto é, como me comporto, quais as relações que estabeleço"                                                        (Pedrinho Guareschi)

Nenhum comentário: