Durante o Seminário "Práticas associativas no Desenvolvimento Social", realizado durante todo o sábado, no teatro do SESC, foram apresentadas três experiências de grupos associativos que fazem da união em grupo e da cooperação pilares para o desenvolvimento sustentável das localidades nas quais vivem e progresso dos trabalhadores que investem tempo e força de trabalho nestas atividades.
O primeiro a falar foi Alceu Dalle Molle, integrante da cooperativa Nova Aliança. Ele destacou que a iniciativa surgiu da junção de cinco cooperativas vinícolas da região da Serra Gaúcha. Hoje, são mais de 800 associados que produzem, principalmente, sucos e vinhos.
Dalle Molle explicou que as bases da Nova Aliança estão firmadas na cooperação, na sustentabilidade e, principalmente, na valorização dos produtores e da produção ecologicamente correta. “O modelo cooperativista é perfeito. Mas precisamos atualizar nossos processos de gestão e a estrutura produtiva, que hoje é muito dispersa e tecnologicamente defasada”, destacou.
Gilmar Bellé, da Associação dos Agricultores Ecologistas de Ipê e Antônio Prado (Aecia), disse que, ao longo dos 15 anos de existência da cooperativa, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo grupo foram as constantes mudanças nas legislações tributárias. Mesmo assim, o grupo soube superar dificuldades.
Atualmente, a Aecia tem 22 famílias associadas e participa de feiras nos municípios de Caxias do Sul, Canoas e Porto Alegre. Além disso, vende alimentos ecológicos para o Estado de São Paulo. “Hoje, a Aecia tem reconhecimento nacional. Nosso principal desafio é conscientizar as pessoas para aderirem à produção ecológica”, afirmou.
O último a falar foi Leandro Andrighetti, da Cooperativa de Produção e Consumo Solidário Passo Fundo. Segundo ele, a Cooper Ecosol – que hoje tem seis anos de existência – surgiu da organização coletiva de pessoas interessadas em comprar produtos orgânicos diretamente dos produtores.
Em 2006, a Cooperativa montou uma loja para a comercialização de produtos. Hoje, mais de 200 diferentes itens são oferecidos no local. “Acreditamos que assim podemos dar mais visibilidade ao consumo consciente e responsável. Nosso desafio é pagar um preço justo aos produtores e oferecer preço acessível aos consumidores”.
O padre Gilnei Fronza, assessor da Acredisol, esteve na coordenação do painel de apresentação de experiências. Ao encerrar os trabalhos, ele destacou que iniciativas como estas três mostram a força do cooperativismo na região e fazem acreditar na eficácia de outras formas de organização do trabalho, diferentes das que valorizam o capital em detrimento do trabalhador.
Texto: Jeferson Ageitos / Edição Lucas Guarnieri
Fotos: Ezequiel Milicich Seibel
Nenhum comentário:
Postar um comentário