Aproximadamente cinquenta pessoas estão participando desde a manhã deste sábado do Seminário Práticas Associativas no Desenvolvimento Social. A atividade ocorre no teatro do Sesc, em Caxias.
Logo na abertura, o cientista político João Ignácio Pires Lucas traçou um panorama das práticas associativas, ao longo da história da humanidade. Lucas lembrou que, na fase pré-moderna, a vida em comunidade era o que havia de mais valioso para os indivíduos. “Nessa época, o ser humano, sozinho, não se auto-realizava. A vida em sociedade era sua grande virtuosidade”, afirmou.
Logo na abertura, o cientista político João Ignácio Pires Lucas traçou um panorama das práticas associativas, ao longo da história da humanidade. Lucas lembrou que, na fase pré-moderna, a vida em comunidade era o que havia de mais valioso para os indivíduos. “Nessa época, o ser humano, sozinho, não se auto-realizava. A vida em sociedade era sua grande virtuosidade”, afirmou.
Já na era do pensamento moderno, segundo o professor, a conquista do poder começou a ficar desligada da ideia de “vida em comunidade”. A chamada “virtuosidade” não era mais valorizada. “A sociedade sai de cena e dá lugar ao individualismo, bastante parecido com o que temos hoje. É o chamado ‘pacto social’. A sociedade só existirá, neste momento, se os indivíduos assim o quiserem”.
Para João Ignácio, desde essa época o sujeito vem mudando a forma de organizar a própria vida e tomando para si uma capacidade maior de refletir sobre sua existência. Mas, segundo o professor, este “poder” está sendo utilizado apenas para o bem individual.
Segundo ele, as pessoas precisam reconhecer que, sozinhas, não conseguirão resolver todos os problemas do cotidiano. “É preciso recompor a sociedade. É só por meio da vida coletiva que o indivíduo tem a possibilidade de crescer. A situação não está tão ruim, estamos caminhando bem. Mas essa mudança de pensamento e de comportamento só se dará por meio do convencimento”.
Princípios e Doutrinas
Ainda na parte da manhã, a assessora de formação cooperativista do Sistema Ocergs/Sescoop-RS Ubiracy Barbosa Ávila, apontou os sete princípios que norteiam o cooperativismo, desde a criação deste conceito, datada de 1844, na Inglaterra. São eles: adesão voluntária e livre; gestão democrática; participação econômica; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação; e compromisso com a comunidade.
Conforme Ubiracy Ávila, dentro destes princípios, as cooperativas e associações devem trabalhar como empresas, para que se mantenham "vivas e atuantes". "Deve-se buscar a rentabilidade de acordo com a produção. Isso tem que ser um compromisso daqueles que participam de cooperativas e associações."
Relembrando o contexto histórico, onde 28 tecelões ingleses deram os passos iniciais no cooperativismo, no século 19, com o apoio de Ana Tweedale, que os ajudou a conseguir o local onde funcionou a 1ª cooperativa da história, Ubiracy destacou que desde aquela época a participação feminina nas cooperativas foi pequena, mas muito importante para o desenvolvimento da iniciativa. Para ela, esse desafio permanece até os dias atuais. "A mulher tem que ser além de força de trabalho. Deve estar inserida, sendo associada da cooperativa para colaborar com o crescimento da mesma", salientou.
A representante do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, também apresentou números da entidade, que agrega 728 cooperativas associadas, sendo 211 apenas do ramo agropecuário. São 13 atividades econômicas atingidas, que empregam um universo de 247 mil pessoas. Ubiracy informou ainda que 2012 é considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Ano Internacional do Cooperativismo.
Textos: Jeferson Ageitos e Lucas Guarnieri / Edição: Lucas Guarnieri
Fotos: Ezequiel Milicich Seibel